ONDE ESTÁ A PRIMAZIA DE PEDRO?

A dialética vaticana ávida por achar um nepotismo em Pedro em detrimento aos demais apóstolos, esquiva-se em seus sofismas teológicos. Procuram a qualquer preço encontrar nas Sagradas Escrituras um elo de ligação entre a “protagonização” de Pedro e a alegada supremacia do papa. Os argumentos apresentados são quase
sempre furtados de seus contextos a fim de fortalecer essa cadeia de quimeras (produto da imaginação, fantasia, utopia, sonho, incoerência, incongruência, absurdo) teológicas. Para justificar tal devaneio (capricho da imaginação; fantasia, sonho, quimera), saem pela tangente arrazoando que:

a) A Pedro foi dado por duas vezes, cuidar com exclusividade do rebanho de Cristo (Lc. 22:31,32 – Jo 21:15,17);
b) Pedro foi o primeiro a pregar um sermão em Pentecostes. (At. 2:14);
c) Pedro foi o primeiro a evangelizar um gentio. (At. 10:25);
d) Testemunha, diante do Sinédrio, a mensagem de Cristo. (At. 4:8);
e) No catálogo dos apóstolos (Mt 10:2-4; Mc 3:16-19; Lc 6:13-16; At 1:13), o nome de Pedro sempre é colocado em primeiro lugar;
f) Escolhe Matias para suceder Judas. (At. 1:15);
A pessoa que analisar o assunto pelas lentes papistas, tende a ficar impressionada com a avalanche de textos que colocam Pedro no topo da lista de exclusividades. A primeira vista, a abundância de primeiro, primeiro, primeiro ... tende a sustentar essa corrente. Entrementes, vamos expurgar do engodo romanista tais textos e veremos que não são tão pujantes quanto parecem.

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a) Os católicos frisam nestes textos a palavra “confirmar e apascentar” e vêem neles uma suposta primazia jurisdicional petrina. A falácia (afirmação falsa ou errônea) deste argumento está em não mostrar que o apóstolo Paulo também “confirmava” as igrejas (cf. At. 14:22 – 15:32,41). Quanto ao “apascentar”, esta também não era
uma exclusividade de Pedro, pois todos os bispos consoante At. 20:28 deveriam ter esta incumbência. Para sermos coerentes deveríamos dar este “status” de primazia aos demais, pois não só apascentavam como confirmavam as igrejas.
b) Ora, Pedro ao pregar em Pentecostes estava apenas fazendo uso das chaves para abrir a porta da salvação. Demais disso, alguém tinha de tomar a palavra e coube a Pedro o mais velho e intrépido. Mas... ao terminar a mensagem, ninguém o teve por especial, mas dirigiram-se a todos (At. 2:37) com a expressão: “Que faremos
varões IRMÃOS?” (ênfase acrescentada). Dirigiram-se a toda a igreja e não apenas a Pedro.
c) Ao contrário do que pensam os católicos, o caso de Cornélio é um contragolpe no argumento romanista, pois Pedro teve de dar explicações perante a Igreja por ter se misturado e comido com um gentio. Raciocinemos, onde a primazia de Pedro neste episódio? Se a tivesse, porventura daria explicações perante seus supostos comandados? Certamente que não! Mas Pedro teve de se explicar, por que não possuía nenhum governo sobre os demais.
d) A refutação desse item segue o mesmo parâmetro da anterior.
e) É bom frisarmos que este primeiro lugar na lista de nomes é apenas de caráter cronológico e não funcional. Percebe-se que os quatro primeiros nomes da lista dos sinópticos são: Simão, André, João e Tiago são os primeiros a serem chamados para seguir o mestre e dentre eles coube a Pedro ter uma prioridade cronológica.
Não obstante em outros lugares como em Gálatas 2:9 seu nome não aparece nesta posição.
f) A miopia exegética é um mal constante na cúpula romana e leva-a a ver o que não está no texto! Lendo cuidadosamente At. 1:15-26 vemos que Pedro apenas expôs o problema, qual seja, a falta de um sucessor para o cargo de Judas, no entanto Matias foi eleito pela igreja por voto comum, e não por decisão de Pedro.
A Igreja Católica é excelente criadora de sofismas (argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má-fé por parte de quem o apresenta; falácia, silogismo erístico; Argumento falso formulado de propósito para induzir outrem a erro; Argumento que parte de premissas verdadeiras, ou tidas como verdadeiras, e chega a uma conclusão inadmissível, que não pode enganar ninguém, mas que se apresenta como resultante das regras formais do raciocínio; falácia, engano, logro, burla,tapeação).Os sofismas destes textos são flagrantes, contudo, a derrocada teológica peremptória destes argumentos, está nas atitudes de Cristo – o ÚNICO Sumo Pastor, Chefe Supremo, Cabeça e Fundamento da Igreja – em não
titubear e corrigir algumas precoces ambições de supremacia entre eles. Certa feita tal idéia foi sugerida ao mestre (Mateus 20:18-27) que no mesmo instante a rechaçou dizendo: “...Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles. Não será assim entre vós; antes, qualquer que
entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;...” (ênfase acrescentada). Noutra feita essa questão foi novamente levantada. (cf. Lucas 22:24) Veja que se os apóstolos tivessem cientes desta utópica promessa, de maneira alguma teriam levantado esta questão e o próprio pescador Galileu, ou mesmo Jesus, haveriam de esclarecer-lhes o primado de Simão Pedro sobre eles, a recordar a alegada promessa em Mateus 16:18. Mas não o fez, simplesmente por não existir. O próprio Pedro desfaz essa lenda ao dizer que: “ninguém tenha DOMÍNIO sobre o rebanho...” (cf. I Pd. 5:1-3). Não se pode ver aí nenhum vestígio de superioridade, supremacia ou destaque sobre os demais, pois ele mesmo se igualava aos outros dizendo: “...que sou também presbítero com eles...”. Pedro jamais mandou! Pelo contrário, foi mandado... e obedeceu (Atos 8:14) fazendo jus às palavras de Jesus “Não é o servo maior do que o seu Senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.” (Jo. 13:16)

1 comentários:

Ministério Gilson Abreu 10 de maio de 2009 às 09:50  

exelente post com sua permissão estarei reutilizando. Que a graça e o amor de Cristo continue a fluir de sua vida. Em Cristo, Pb Gilson

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O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.

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