Separando os bodes das ovelhas

Um dia, perguntaram a um sábio mestre:

- Qual o caminho para a salvação?

Carinhosamente, Ele respondeu:

- Ame a Deus sobre todas as coisas e o teu próximo como a ti mesmo.

Em outra oportunidade, o egrégio mestre se aprofundou no assunto:

- “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. (Mateus 25; 34:40)

Para que não houvesse dúvidas, complementou:

- “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim”. (Mateus 25; 41:45)

Dois mil anos não foram capazes de apagar estas palavras, que reverberaram através do tempo. E ainda hoje, muita gente não entende que nosso futuro depende de nossos atos, de como amamos e ajudamos nossos pequeninos irmãos.

Não entendem que amar Jesus e “buscar Deus”, como dizem muitos religiosos nos convidando a visitar seus majestosos templos, não é se ajoelhar quase diariamente em longas e repetitivas orações dizendo o quanto ama Deus e Jesus, interessados somente com os benefícios que o Criador e o Mestre podem trazer.

Abraçar nossos próprios corpos como se estivéssemos abraçando o Salvador e repetirmos exaustivamente o quanto O amamos, o quanto dependemos Dele... Será que O amaríamos se não pudessem fazer nada por nós? Será que Os amamos de verdade ou estamos interessados apenas no Seu poder?

Amar Jesus não é se ajoelhar e dizer “Jesus, eu Te amo”. Amar Jesus é fazer o bem ao próximo, é ajudar quem pede nossa ajuda. Amar Jesus é repartir o único pão que temos para comer com alguém que nem conhecemos, mas sabemos que também precisa de pão para viver.

Amar Jesus é transformar a dor da perda do filho amado em caridade, levando carinho e compaixão aos órfãos que vivem nos orfanatos, aos pais e avós entregues aos asilos.

Amar Jesus é, como Ele mesmo disse, fazer pelos outros o que gostaríamos que fizessem por nós.

E lembre-se, devemos amar o Mestre, não os peixes e os pães que Ele pode multiplicar.

Pense nisso!

Marcelo Parada