O Sinal e a Realidade do Batismo


É fundamental, quando falando de batismo, perceber que o uso da palavra batismo no Novo Testamento tem dois sentidos diferentes. A falha em reconhecer isso freqüentemente leva ao equívoco e erro. Algumas vezes quando o Novo Testamento usa a palavra batismo, ele
está se referindo ao sacramento ou ritual: o que poderíamos chamar de batismo com água (Mt. 3:7; Mt. 28:19; Atos 2:38, 41; 1Co. 10:2).

O batismo com água na verdade não é batismo, propriamente falando, mas o sinal do batismo, um símbolo apontando para uma realidade invisível e espiritual. Em distinção do símbolo ou sinal, a realidade do batismo é o lavar dos pecados pelo sangue e Espírito de Jesus Cristo. Essa é a realidade da qual o batismo com água é apenas uma figura. Falando de batismo nesse sentido
espiritual, é inteiramente apropriado dizer que o batismo nos salva (1Pe. 3:21).

Muitas passagens no Novo Testamento falam dessa realidade salvífica espiritual e não do sinal do batismo com água. As mais notáveis dessas são 2 3 4 5Romanos 6:3-6, 1 Coríntios 12:13, Gálatas 3:27, Efésios 4:5, Colossenses 62:12, e todas aquelas passagens que falam de ser batizado no ou com o Espírito Santo.

Nenhuma dessas passagens fala de batismo com água. A menos que percebamos isso, cairemos em todos os tipos de erros e chegaremos a conclusões muito errôneas, tais como pensar que a água salva (1Pe. 3:21) ou que a água nos traz à união e comunhão com Cristo (1Co. 12:13).
A diferença entre sinal e realidade é evidente no fato que nem todos os que são batizados com água recebem a realidade do batismo. Nem todos os que permanecem sem serem batizamos com água perdem por causa disso a realidade espiritual do batismo, pela qual somos salvos.

Todavia, os dois estão relacionados. O primeiro é o sinal ou figura do outro, e isso não pode ser esquecido. Um sinal no qual lemos “Chicago”, mas aponta para “Houston” seria apenas ilusão e engano. O sinal sempre deve apontar para a realidade, se há de ser útil para nós. Assim, o sinal deve estar de acordo com a realidade, e a realidade com o sinal.

Por exemplo, a questão do modo do batismo com água pode até certo ponto ser respondida examinando-se o modo do batismo espiritual. Se perguntarmos, “Como somos batizados pelo sangue e Espírito de Cristo?”, a resposta da Escritura é, “por aspersão ou derramamento”. Seria estranho, para não dizer enganoso, se o sinal e a realidade não estivessem de acordo nesse ponto.

Da mesma forma, a realidade também deve estar de acordo com o sinal. Não teria sentido de forma alguma ter o comer o pão e o beber o cálice, embora também representem a morte de Cristo, como símbolos da limpeza do pecado pelo sacrifício de Cristo. O sinal também deve sugerir limpeza.

De fato, Cristo nos deu o sinal para nos ajudar a entender e crer na realidade. Eu posso dizer: “Pode algo realmente lavar o meu pecado – remover todos eles? Isso é inacreditável! Meus pecados são grandes e muitos”. Então o sinal do batismo diz, “Tão verdadeiramente como a água remove a sujeira do corpo, assim o sangue de Cristo remove verdadeiramente o pecado”, e isso encoraja a minha fé em Cristo e no seu sacrifício.

Fonte: Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, p. 259-60.

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O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.

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