Coração do Pastor

A Verdadeira Condição do Coração do Pastor 

O  ministério  do  pastor  nunca  é  apenas  formado  por  sua  experiência,  conhecimentos  e  capacidade.  Sempre  se  trata  da verdadeira condição do seu coração. Na verdade, se o seu coração não estiver bem colocado, o conhecimento e a capacidade o tornam perigoso.

Os  pastores  geralmente  lutam  para encontrar  uma  comunhão  viva,  humilde, dependente,  celebratória,  adoradora,  meditativa com  Cristo.  É  como  se  Jesus  tivesse  abandonado  o  edifício.  Há  todo  tipo  de  conhecimento  e  capacidade  de  ministério,  mas parece  divorciado  de  uma  comunhão  viva  com  o  Cristo  vivo  e  sempre  presente.  Toda  esta  atividade,  conhecimentos  e capacidade  parecem  receber  combustível  de  outro  lugar.  O  ministério  se  torna  chocantemente  impessoal.  Contém  conteúdo teológico, capacidade exegética, compromissos eclesiásticos e avanços institucionais. É uma preparação para o próximo sermão, atender  o  próximo  item  da  agenda,  e  cumprir  os  requisitos  de  abertura  da  liderança.  Trata-se  de  orçamentos,  planos estratégicos e parcerias de ministério.

Nenhuma dessas  coisas  é  errada  em  si  mesma. Muitas delas  são  essenciais.  Mas nunca devem  constituir fins em  si  mesmos. Nunca deveriam ser a máquina que impele o veículo. Devem todas expressar alguma coisa mais profunda no coração do pastor. O pastor deve estar interessado, deslumbrado, apaixonado pelo seu Redentor de maneira que tudo o que pensa, deseja, escolhe, decide, diz e faz é impelido pelo amor a Cristo e a segurança do repouso no amor de Cristo. 

Ele deve se expor regularmente, humilhar-se, assegurar-se e repousar na graça do Redentor. Seu coração deve amolecer dia a dia pela comunhão com Cristo de maneira que se torne um servo-líder amoroso, paciente, perdoador, encorajador e doador. Suas meditações sobre Cristo, sua presença, suas promessas e suas provisões não devem ser sobrepujadas por suas meditações sobre como fazer o seu ministério funcionar.

Proteção Contra Todos os Outros Amores

Apenas o amor a Cristo pode defender o coração do pastor contra todos os outros amores que têm o potencial de seqüestrar o seu ministério. Apenas a adoração a Cristo tem o poder de protegê-lo de todos os ídolos sedutores do ministério que sussurram aos  seus  ouvidos.  Apenas  a  glória  do  Cristo  ressuscitado  vai  guardá-lo  da  glória  pessoal  que  tenta  e  destrói  o  ministério  de tantos.

Apenas Cristo pode transformar um seminarista graduado, arrogante, materialista em um doador humilde e paciente da graça. Apenas gratidão profunda por um Salvador sofredor pode transformar um homem em servo sofredor no ministério. Apenas um quebrantamento  diante  do  seu  próprio  pecado  pode  desenvolver  graça  para  com  indivíduos  rebeldes  entre  os  quais  Deus  o chamou para ministrar. Apenas quando sua identidade estiver firmemente enraizada em Cristo você poderá descobrir a liberdade de buscar a identidade no seu ministério.

Devemos ter o cuidado de definir capacidade ministerial e maturidade espiritual. Há o perigo de se pensar que os seminaristas formados que foram bem treinados e bem instruídos estão preparados para o ministério, ou achar que conhecimento, atividade e capacidade  para  o  ministério  é  maturidade  espiritual  pessoal.  A  maturidade  é  uma  coisa  vertical  que  se  expressa horizontalmente numa variedade extensa. A maturidade se refere ao relacionamento com Deus que resulta em uma vida sábia e humilde. A maturidade do amor a Cristo expressa-se no amor ao próximo.

A  gratidão  pela  graça  de  Cristo  se  expressa  na  graça  para  com  os  outros.  A  gratidão  pela  paciência  e  o  perdão  de  Cristo capacita-nos a sermos pacientes e perdoadores. A experiência diária da salvação do evangelho dá-nos paixão pelas pessoas que estão experimentando a mesma salvação. É a terra em que o verdadeiro sucesso ministerial se desenvolve.



Paul Tripp

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Curiosidades.

O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.

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