COMO ENTENDER A AUTORIDADE CONFERIDA A PEDRO EM MATEUS 16.19?

"E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16.19).

Analisaremos e dividiremos o texto em referência em duas partes.

A primeira pode ser ilustrada pela figura do mordomo que recebe de seu senhor a responsabilidade de cuidar de sua casa e dos seus bens (Mc 13.34). Em Isaías 22.22, Deus diz de Eliaquim: “E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá”. Então, podemos concluir que a quem é conferido tal atribuição exige-se responsabilidade, delega-se autoridade e reclama-se o cumprimento de deveres. A igreja romana, por exemplo, apossando-se, de
forma autoritária e arbitrária, desses textos, segundo suas próprias interpretações, quer convencer que a autoridade foi dada a Pedro [e seus sucessores] e à igreja Católica Romana. Inclui, também, segundo seus teólogos, o poder de perdoar pecados, doutrina que não usufrui de nenhum amparo bíblico.

Analisemos, agora, a questão das “chaves” dadas a Pedro.

Não negamos que Cristo tenha dado, naquele momento, a incumbência, a responsabilidade e autoridade aos discípulos para “abrir” ou “fechar” a porta do reino dos céus. Mas como isso aconteceu? Como seria feito?

No versículo anterior, Jesus disse: “Edificarei a minha igreja”. Entende-se, habitualmente, que o evangelho seria pregado primeiramente ao povo judeu: “Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10.7). Dada a ordem imperativa de Cristo (Mc 16.15), os discípulos foram impulsionados a pregar o evangelho “tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8). O apóstolo Paulo disse que “por ele [Jesus] ambos [judeus e gentios] temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito” (Ef 2.18). Podemos presenciar com alegria a abertura das portas do evangelho aos judeus (At 2.41) e aos gentios (At 10). Esta é a interpretação correta da primeira parte do texto: Pedro teve a responsabilidade primária de pregar o evangelho [o uso das “chaves”] tanto aos judeus quanto aos gentios. Também, é interessante saber que essa autoridade não foi restrita apenas a Pedro, mas aos demais apóstolos: “Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de
Jesus...” (Mt 18.1); “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu”.

Quanto à segunda parte do texto, observamos muito seu uso nas igrejas em decorrência da aplicação da disciplina eclesiástica. A Bíblia de Estudo de Genebra diz: “As ‘chaves do reino’, dadas primeiro a Pedro e definidas como poder de ‘ligar’ e ‘desligar’ (Mt 16.19), têm sido entendidas comumente como a autoridade para supervisionar a doutrina e impor a disciplina. Essa autoridade foi dada por Cristo à Igreja em geral e à sua liderança ordenada em particular”. Assim, devemos
entender que quando a igreja, devida e justamente, aplica a disciplina ao membro faltoso, antes a sanção já fora aplicada pelo próprio Deus no céu, a igreja apenas ratifica o fato.

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O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.

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