Não queira “compensar Deus” pelo seu pecado


Algumas pessoas são crédulas de que o ser humano é intrinsecamente bom. Acham que o ser humano pode fazer muitas coisas erradas, mas la no fundo, bem no fundo....O problema é que Jesus ensinou diferente, leia:

21 Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, 22 as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. 23 Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’ ”. Marcos cap. 7

E o apóstolo Paulo completou o ensinamento dizendo que o homem é “cego”.Um tipo especial de cegueira:

4 O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 2 Co 4:4

Algo funciona contra nós em nosso inconsciente. Sou um “Eu” dividido. Em parte, sou criação de Deus (imagem de Deus) e ,em parte, o resultado da Queda (pecado original – imagem desfigurada). Como diz Stott:

O coração assemelha-se a um poço profundo. O depósito espesso de lama no fundo dele está geralmente fora do alcance da vista e, até mesmo, ás vezes, nem suspeitamos que ali esteja. Mas quando as águas do poço são agitadas pelos ventos da emoção violenta, a sujeira mais maléfica, que cheira à maldade, fervilha nas profundezas e vem á tona – raiva, ódio, ganância, crueldade, ciúmes e vingança. Em nossos momentos mais sensíveis, ficamos perplexos com nossa potencialidade para o mal”.*

E continua:

O “eu” que temos de negar, destituir e crucificar é o “eu” decaído, tudo em nós que seja incompatível com Jesus Cristo (daí a ordem de Jesus: “negue-se a si mesmo... e siga-me”). O “eu” é para afirmar e valorizar o nosso “eu” criado, tudo em nosso interior que é compatível com Jesus Cristo (daí sua afirmação de que , se perdermos a nós mesmos por nos negar a nós mesmos, nós nos acharemos). (...) Entretanto, o que quer que sejamos pela Queda, precisamos negar ou repudiar; nossa irracionalidade, nossa perversão moral, nossa perda de identidade sexual, nossa fascinação pelo feio, nossa recusa preguiçosa de desenvolver os dons de Deus, nossa poluição e destruição do meio ambiente, nosso egoísmo, malícia, individualismo e vingança, que destroem a comunhão humana. Cristo não veio para redimir essa natureza, mas destruí-la; portanto, precisamos negá-la.”**

A dificuldade é que algumas vezes eu peco e construo fortalezas intelectuais e emocionais em torno do meu pecado para me proteger da justiça de Deus. E me justifico como se dentro de mim eu dissesse para mim mesmo: “Eu mereço!”. É o que Paulo observa , leia:

3 Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos.

4 As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. 5 Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.

6 E estaremos prontos para punir todo ato de desobediência, uma vez estando completa a obediência de vocês. 2 Co 10

Nosso salmo de hoje é o salmo 51, escrito por Davi. Nele aprendemos a não só levarmos Deus à sério como o pecado também. Foi escrito quando o profeta Natã veio falar com Davi, depois que este cometeu adultério com Bate-Seba. Nele, Davi pede misericórdia e não a justiça acreditando acima de tudo na bondade e benignidade de Deus.


A invocação

1 Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões.2 Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado. 3 Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue.

Reconhecendo que o pecado contra o próximo é , no fundo, um pecado contra a santidade de Deus.

4 Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me. 5 Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe.

Confissão e reconhecimento de que Deus procura atitudes retas e sinceras não só em nossos atos como em nossos pensamentos secretos.

6 Sei que desejas a verdade no íntimo; e no coração me ensinas a sabedoria. 7 Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e mais branco do que a neve serei. 8 Faze-me ouvir de novo júbilo e alegria, e os ossos que esmagaste exultarão.


Pedido de perdão

9 Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades. 10 Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável. 11 Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito.

Pedido de renovação

12 Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer. 13 Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores se voltem para ti.

14 Livra-me da culpa dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação!E a minha língua aclamará a tua justiça.15 Ó Senhor, dá palavras aos meus lábios, e a minha boca anunciará o teu louvor.


O voto

O salmista aprende que as relações pessoais dele com Deus têm primazia sobre as ofertas de sacrifícios rituais. Não devemos querer “compensar Deus” pelo nosso pecado.

16 Não te deleitas em sacrifícios nem te agradas em holocaustos, se não eu os traria.17 Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.18 Por tua boa vontade faze Sião prosperar; ergue os muros de Jerusalém. 19 Então te agradarás dos sacrifícios sinceros, das ofertas queimadas e dos holocaustos; e novilhos serão oferecidos sobre o teu altar.

O melhor altar de arrependimento é aquele erguido no meu coração do ofertante. Faça como Davi - coloque esse seu “eu negado” nesse altar!

Jorge Wilson

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O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.

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