A base da fé .


Eu fico a poucos centímetros de um espelho e vejo o rosto de um homem que falhou... falhou com seu Criador.

Novamente. Prometi que não falharia, mas falhei. Eu fiquei quieto quando deveria ter sido intrépido.

Fiquei acomodado quando deveria ter tomado uma posição.

Se esta tivesse sido a primeira vez, seria diferente. Mas não foi. Quantas vezes uma pessoa pode cair e esperar ser pega?

Confiança. Por que é fácil dizer aos outros e tão difícil de lembrar a si mesmo? Deus pode lidar com a morte? Eu disse à mulher que sim. Deus pode lidar com dívidas? Eu me aventurei igualmente com o homem. Deus pode ouvir ainda mais uma confissão destes lábios?

Pergunta o rosto no espelho.

***

Eu sento a poucos centímetros de um homem no corredor da morte. Judeu por nascimento. Fabricante de tendas por profissão. Apóstolo por chamado. Seus dias chamam a atenção. Tenho curiosidade para saber o que dá força a este homem enquanto ele se aproxima de sua execução. Então faço algumas perguntas.

Você tem família, Paulo? Não tenho nenhuma.
E sobre sua saúde? Meu corpo está surrado e cansado. 
Quais são suas posses? Eu tenho meus pergaminhos. Minha caneta. Uma capa.
E sua reputação? Bem, não é muita coisa. Sou um herético para alguns, um excêntrico para outros.
Você tem amigos? Tenho, mas até mesmo alguns deles voltaram atrás.
Alguma recompensa? Não na Terra.
Então o que você tem, Paulo? Sem pertences. Sem família. Criticado por alguns. Ridicularizado por outros. O que você tem, Paulo? O que você tem que importa? 

Eu sentei silenciosamente e assisti. Paulo fecha sua mão em um punho. Ele olha para o punho. Eu olho para o punho. O que ele está segurando? O que ele tem?

Ele estende sua mão e eu consigo ver. Enquanto eu me inclino para frente, ele abre seus dedos. Eu fito sua palma. Está vazia.

Eu tenho minha fé. É tudo que tenho. Mas é tudo que preciso. Eu guardei a fé.
Paulo inclina-se para trás na parede em sua cela e sorri. Eu me inclino para trás em outra parede e olho fixamente para o rosto do homem que aprendeu que há mais vida do que os olhos enxergam.

Isso é fé. Fé é confiar no que os olhos não conseguem ver.
Os olhos vêem o leão vagando. A fé vê o anjo de Daniel.
Os olhos vêem tempestades. A fé vê o arco-íris de Noé.
Os olhos vêem gigantes. A fé vê Canaã.
Os seus olhos vêem as suas falhas. Sua fé vê o seu Salvador.
Os seus olhos vêem a sua culpa. Sua fé vê o Seu sangue.
Os seus olhos vêem a sua sepultura. Sua fé vê uma cidade da qual o Construtor e Criador é Deus.
Os seus olhos olham para o espelho e vêem um pecador, um fracassado, um quebrador de promessas.

Mas pela fé você olha para o espelho e vê um pródigo recebendo o anel da graça em seu dedo e o beijo do seu Pai em seu rosto.

Mas espere um minuto, alguém pede. Como eu sei que isto é verdade? Boa prosa, mas me dê os fatos. Como eu sei que estas não são apenas esperanças imaginárias?

Parte da resposta pode ser encontrada nos pequenos saltos de fé da Sara. Sua irmã mais velha, Andrea, estava na sala observando, e eu perguntei para a Sara se ela pularia para a Andrea. Sara recusou. Tentei convencê-la. Ela não mudaria de opinião. “Por que não?”, eu perguntei.

“Eu só pulo para braços grandes”.
Se acharmos que os braços são fracos, nós não pularemos.
Por essa razão, o Pai flexionou Seus músculos. “A incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos”, Paulo ensinou. “Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos” (Ef 1:19- 20).

Da próxima vez que você se perguntar se Deus pode pegá-lo, leia esse versículo. Os mesmos braços que venceram a morte são os braços que esperam por você.

Da próxima vez que você se perguntar se Deus pode perdoá-lo, leia esse versículo. As mesmas mãos que foram pregadas na cruz estão abertas para você.

E da próxima vez que você se perguntar se você sobreviverá ao pulo, lembre-se de mim e Sara. Se um pai de carne e osso como eu pode pegar seu filho, você não acha que o seu Pai eterno pode pegá-lo?



Max Lucado

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O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.

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