Erros na Bíblia

A Bíblia está CHEIA de erros:
• primeiro erro foi quando Eva duvidou da Palavra de Deus;
•o segundo erro aconteceu quando seu esposo fez o mesmo;
•e assim erros e mais erros ainda estão sendo cometidos... porque as pessoas insistemem duvidar da Palavra de Deus.

A Bíblia está CHEIA de contradições:
•Ela contradiz o orgulho e o preconceito;
•Ela contradiz a lascívia e a desobediência;
•Ela contradiz o meu pecado e o seu.

A Bíblia está CHEIA de falhas:
•porque Ela é o relato de pessoas que falharam muitas vezes ;
•assim foi com a falha de Adão;
•com a falha de Caim;
•e a de Moisés;
•bem como a falha de Davi e a de muitos outros que também falharam.
•Mas Ela é também o relato do amor infalível de Deus.

Deus NÃO ESCREVEU a Bíblia:
•para pessoas que querem jogar com as palavras;
•para aqueles que gostam de examinar o que é bom mas sem fazê-lo;
•para o homem que não acredita porque não quer.

O homem moderno DESCARTOU os ensinamentos da Bíblia:
•pelas mesmas razões que outros homens tem descartado através da história, por grandeignorância a sua verdadeira mensagem e conteúdo;
•intransigente apatia em recusar considerar suas declarações;
•bem conhecidos pseudo-cientistas posando de críticos honestos;
•convicção secreta de que este Livro está certo e de que os homens estão errados.
•Somente uma pessoa PRECONCEITUOSA acreditaria que:
•os ensinamentos Bíblicos são passados e irracionais, sendo princípios arcaicos e sem propósito;
•a Bíblia está cheia de discrepâncias e afirmações inaceitáveis;
•Ela só poderia ser trabalho irrelevante e não inspirado de meros homens.

A Bíblia é , afinal, somente mais um LIVRO RELIGIOSO:
•para milhares que não se arriscam serem honestos consigo mesmos e com Deus;
•para aqueles que tem medo de aceitar o desafio do próprio Deus a um exame honesto;
•para aqueles que não querem examiná-la a fundo porque Ela diz verdadeiramente como os homens são.

E você não pode ENTENDER ou CONFIAR no que a Bíblia diz:
•a menos que você esteja disposto a considerar as evidências e encarar face a face oAUTOR

Perguntas interessantes para os darwinistas.

1. ORIGEM DA VIDA. Por que os livros didáticos afirmam que a experiência de Miller-Urey de 1953 demonstra como que os tijolos construtores da vida podem terem sido formados na Terra primitiva −  quando as condições na Terra primitiva provavelmente não eram iguais àquelas usadas na experiência, e que a origem da vida permanece um mistério?

2. A ÁRVORE DA VIDA DE DARWIN. Por que os livros-texto não discutem a “Explosão Cambriana”, na qual todos os principais grupos de animais aparecem juntos no registro fóssil plenamente formados em vez de descenderem de um ancestral comum −  contradizendo assim a árvore da vida evolutiva?

3. HOMOLOGIA. Por que os livros didáticos definem homologia como semelhança devido à
ancestralidade comum, depois afirmam que é evidência de ancestralidade comum −  um argumento circular mascarado como evidência científica?

4. EMBRIÕES VERTEBRADOS. Por que os livros-texto usam desenho de similaridades em embriões de vertebrados como evidência de ancestralidade comum −  muito embora os biólogos sabem há mais de um século que os embriões de vertebrados não são bastante semelhantes nos seus estágios iniciais, e que os desenhos são forjados?

5. ARCHAEOPTERYX. Por que os livros didáticos exibem este fóssil como o elo perdido entre os dinossauros e as aves modernas −  muito embora as aves modernas provavelmente não sejam descendentes dele, e que seus supostos ancestrais não aparecem a não ser milhões de anos após o ARCHAEOPTERYX?

6. AS MARIPOSAS DE MANCHESTER. Por que os livros-texto usam figuras de mariposas do gênero Biston betularia camufladas nos troncos de árvores como evidência a favor da seleção natural −  quando os biólogos sabem desde os anos 1980s que as mariposas normalmente não repousam nos troncos das árvores, e que todas as fotos foram ‘montadas’ ?

7. OS TENTILHÕES DE DARWIN. Por que os livros didáticos afirmam que a mudança nos bicos dos tentilhões na ilha Galápagos durante uma severa seca pode explicar a origem das espécies através da seleção natural −  mesmo que as mudanças foram revertidas após o fim da seca, e nenhuma evolução total ocorreu?

8. ORIGENS HUMANA. Por que os desenhos de humanos parecidos macacos são usados nos livros- texto para justificar afirmações materialistas de que nós somos apenas animais e que a nossa existência é um mero acidente −  quando os paleontólogos [especialistas em fósseis] não podem sequer concordar sobre quem foram nossos ancestrais ou como eles pareciam?

9. EVOLUÇÃO UM FATO? Por que os livros didáticos nos informam que a teoria da evolução de Darwin é um fato científico −  embora muitas de suas afirmações são baseadas em distorções dos fatos?

10. EVOLUÇÃO: UMA TEORIA EM CRISE? Por que os livros-texto não informam os alunos sobre as muitas dificuldades teórico-empíricas da teoria da evolução? Por que mais de 300 cientistas de universidades de renome como Harvard, Yale, Stanford e University of Georgia expressaram o seu ceticismo em relação às afirmações da teoria moderna da evolução [neodarwinismo] sobre a capacidade de mutações aleatórias e a seeção natural serem responsáveis pela diversidade e complexidade de vida? Por que os livros didáticos de Biologia do ensino médio não discutem as críticas legitimamente
científicas feitas às teorias da origem e evolução da vida, mesmo sabendo que isso é discutido entre os cientistas?

QUEM É A PEDRA DE MATEUS 16:18?


Vamos analisar o texto de Mateus 16:15-19:
"15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? 16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; 19 dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus."
Estas palavras foram pronunciadas por Jesus quando Ele e os discípulos estavam caminhando para Cesaréia de Filipe, logo após a Sua pergunta:
"Quem diz o povo ser o Filho do homem?" Mat. 16:13.
Após várias respostas, Pedro falou:
"Tu és o Cristo, e Filho do Deus vivo." Mat. 16:16.
Após esta afirmação de Pedro, se seguiram as célebres palavras de Mat. 16:18:
"Tu és Pedro (em grego pétros) e sobre esta pedra (pétra) ...".
Várias interpretações tem sido dadas a esta declaração, das quais três se destacam:
    1. A Pedra sobre a qual se construiria a Igreja de Deus é o próprio Cristo;
    2. A pedra é Pedro;
    3. A pedra é a confissão que Pedro fizera de Cristo.
Qual seria a interpretação correta?
Quanto ao processo de interpretação de textos difíceis, duas regras básicas tem sido adotadas pelos estudiosos sérios da Bíblia. Eu destaco duas:
"Se há passagens obscuras, estas se explicam pelas que são mais claras, de tal sorte que a Escritura se explica pela própria Escritura." Irineu.
Orígenes apresenta mais ou menos a mesma idéia ao dizer que o texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.

PRIMEIRA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA É CRISTO.
"Teólogos protestantes sempre foram ardorosos defensores da Igreja construída sobre Cristo.
Jerônimo, Agostinho e Ambrósio aplicam a pedra tanto a Pedro como a Cristo. Eis as palavras que aparecem no fim do Evangelho de S. Mateus, tradução da Bíblia do Padre Antônio Pereira de Figueiredo, edição de 1857, de Lisboa, pág. 95:
"Santo Agostinho no tratado CXXIV sobre S. João entende por esta pedra não a Pedro, mas a Cristo, em quanto confessado Deus por Pedro, como se Cristo dissera: Tu és Pedro, denominado assim da pedra, que confessaste, que sou eu, sobre a qual edificarei a minha igreja’.
Estas palavras do maior teólogo católico romano por serem muito claras dispensam comentários.
"É do nosso conhecimento que o termo ‘pedra ou rocha’ foi usado no Velho Testamento para Deus. Salmo 18:2 – O Senhor é a minha rocha; Deut. 332:4 – Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas.
"O Messias é descrito em Isaías 28:16 como ‘uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada’."

Coloco aqui outras referências bíblicas que demonstram que:
    1. JESUS foi a Pedra rejeitada pelos judeus:
o    Isaías 8:14: "Então Ele... Pedra de tropeço, e de Rocha de escândalo..."
o    Mat. 21:42: "...A Pedra... rejeitaram, essa foi posta por cabeça de ângulo..."
o    Atos 4:11: "Ele é a Pedra ... rejeitada ... posta por cabeça de esquina..."
o    Rom. 9:33: "...Sião uma Pedra de tropeço, e uma Rocha de escândalo..."
(Explicando: Os judeus achavam um escândalo o Messias morrer na cruz, já que O esperavam para assentar-Se no trono de Davi).
E o mais importante:
o    Efésios 2:20; 11:22; 5:23: "...Jesus Cristo é a principal Pedra de esquina... cabeça da igreja".
    1. Em toda a Bíblia, a Pedra é identificado indubitavelmente a JESUS CRISTO, a Rocha Eterna:
o    Números 20:11: "...Moisés levantou a mão, e feriu a Rocha duas vezes..."
o    I Coríntios 10:4: "E beberam... da Pedra espiritual... e a Pedra era Cristo."
o    Deut. 32:4: "Ele [Jesus] é a Rocha, cuja obra é perfeita..."
o    Salmo 18:2: "O Senhor é a minha Rocha..."
o    Salmo 19:14: "...Senhor, Rocha minha e libertador meu!"
o    Salmo 28:1: "A Ti clamarei, é Senhor, Rocha minha..."
o    Salmo 89:26: "...a Rocha da minha salvação."
o    Salmo 95:1: "...a Rocha da nossa salvação."
o    Salmo 144:1: "Bendito seja o Senhor, minha Rocha..."
E o próprio Pedro confirmou que a Pedra é Cristo:
o    I Pedro 2:4: "...E chegando-vos para Ele [Jesus] – Pedra viva..."
o    I Pedro 2:6-8: "Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina, e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes..."
Paulo define a questão com estas palavras incisivas:
o    I Coríntios 3:11: "Porque ninguém pode por outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo."
Jesus Cristo mesmo interpretou ser Ele a "Pedra Angular" de qual falava o Velho Testamento:
o    Mat. 21:42-44: "Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos. E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó."

SEGUNDA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA É PEDRO
"Esta tese é sustentada pela maioria dos comentadores católicos.
"Vincent, comentando Mateus 16:18 defende a idéia de que a Igreja foi construída sobre Pedro, desde que Cristo nesta passagem aparece não como a fundação, mas como o arquiteto.
"Outros apresentam o seguinte argumento: a conjunção coordenativa ‘e’ , em grego ‘kai’ liga orações que têm o mesmo valor, por isso se Cristo visasse estabelecer um contraste entre Ele e Pedro teria empregado a conjunção ‘allá’ = mas. Este argumento não é seguro porque ‘kai’ tem em grego também o significado de ‘mas’.
"A igreja católica se baseia num texto isolado sem levar em consideração o consenso de todo o ensino bíblico a respeito, isto é, sem considerar os dois princípios hermenêuticos (de Irineu e Orígenes) já citados anteriormente.
"Cotejando vários textos das Escrituras chega-se à conclusão ineludível de que a Bíblia ensina que Cristo é a Pedra e não Pedro.
"O próprio Pedro, através de suas enfáticas declarações, se encarregou de dirimir todas as dúvidas neste sentido. I S. Pedro 2:4-8. ...
"Provas bíblicas de que Pedro não foi escolhido como líder da Igreja, ou Superior Hierárquico dos Apóstolos:
a.       Mateus 23:8 e 10 nos ensina que Cristo não queria que nenhum deles fosse mestre ou guia, porque esta é uma prerrogativa divina.
b.      Lucas nos relata (9:46; 22:24-30), que por duas vezes se levantou entre os discípulos o problema de quem entre eles tinha a primazia. Tal problema jamais se levantaria se Cristo tivesse estabelecido a Pedro como superior a eles.
c.       Se Cristo tivesse indicado a Pedro como líder da Igreja, como o Papa, ele seria infalível em suas decisões, portanto jamais lhe aconteceria o que Lucas nos relata no seu evangelho capítulo 22:54-60 [a negação de Pedro].
d.      Sendo Pedro o dirigente, seria a pessoa que enviaria outros, mas Lucas nos informa em Atos 8:14 que Pedro e João foram enviados pelos apóstolos.
e.       Se fosse o superior hierárquico dos apóstolos, a argüição que eles fizeram e a defesa de Pedro seriam inoportunas e desarrazoadas, conforme o relato de Atos 11:1-18 [a pregação do evangelho aos não-judeus].
f.       O primeiro concílio da igreja não foi convocado e dirigido por Pedro, mas por Tiago. O contexto apresentado pelo dr. Lucas (Atos 15:13, 19) sugere que Tiago era o presidente.
g.      Em Atos 15:22-29 há o relato de que a epístola enviada a Antioquia foi dirigida em nome dos apóstolos, dos presbíteros, e da igreja e não por Pedro.
h.      Se Pedro fosse o líder, Paulo não poderia escrever o que se encontra em Gálatas 2:11-14, pois seria faltar à ética hierárquica. [11: Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era repreensível.] A afirmação no verso 11 é bastante taxativa para desmoronar todo o falso edifício que o papado tem construído na base de Mateus 16:18 sobre o primado de Pedro.
i.        I Coríntios 12:28. Se Pedro fosse o Papa, na enumeração dos ofícios da Igreja, Paulo não se esqueceria deste tão preeminente – o Vigário de Cristo [28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.]
j.        Paulo afirma em Gálatas 2:9 que Tiago, Cefas (Pedro) e João eram considerados como colunas. Note-se que Tiago está em primeiro lugar." –
Outras referências bíblicas que indicam que Pedro não tinha a primazia da Igreja Apostólica, como arroladas por Lourenço Gonzalez:
Se Pedro fosse o Papa:
    •    Os discípulos não brigariam pela primeira posição entre si (Mat. 23:8,10; Luc. 9:46; 22:24-30); •    Não seria o apóstolo da circuncisão [Ele achava que o Evangelho não deveria ser pregado aos não-judeus/incircuncisos) (Gál. 2:8); •    Como ficaria seu casamento? (mat. 8:14; Mar. 1:30; Luc. 4:38); •    Não levaria sua esposa em suas viagens missionárias (I Cor. 9:5); •    Não negaria a Jesus (Luc. 22:57), não mentiria ao ser identificado como apóstolo (Luc. 22:58), nem disfarçaria diante da verdade (Luc. 22:60); •    Enviaria outros apóstolos para Samaria ao invés de ser enviado (Atos 8:14); •    Não se justificaria perante a igreja, por haver batizado Cornélio (Atos 11:1-11); •    O primeiro Concílio Cristão, ocorrido em 52 d.C., seria presidido por ele e não por Tiago (Atos 15:13,19) e a Carta Oficial deste Concílio seria assinada por ele e não foi (Atos 15:22,23); •    Paulo não o repreenderia publicamente se fosse ‘infalível’ 9Gál. 2:11-14); •    Estaria na primeira posição e não na segunda, como coluna da igreja (Gál. 2:9);
Por fim...
Uma passagem que se destaca pelo que ela não mostra, Apocalipse 21:14: "O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro."
Ao descrever a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, João cita que viu escritos o seu nome e de seus companheiros apóstolos nos fundamentos da cidade. Não há, porém, destaque a nenhum nome em especial, o que certamente ocorreria se um deles tivesse sido escolhido como fundamento da igreja.
TERCEIRA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA SERIA A CONFISSÃO DE PEDRO
"Crisóstomo (350-407 AD) afirmou que a igreja foi construída sobre a confissão de Pedro. Outros Pais da Igreja e reformadores como Lutero, Huss, Zwínglio e Melanchton defendem a mesma idéia.
"Os fatos parecem indicar que esta não é a melhor interpretação, desde que a Igreja não é construída sobre confissões, mas sobre os que fazem a confissão, isto é, sobre seres vivos: Cristo, os Apóstolos e os que aceitam a Cristo como Seu Salvador. As passagens de Efésios 2:20 e I Pedro 2:4-8 confirmam as declarações anteriores."
PÉTROS E PÉTRA
"Dicionário e Comentários nos comprovam que Pedro, em grego ‘Pétros’ dignifica um fragmento de pedra, pedra movediça, lasca da rocha; enquanto pedra, no grego ‘Pétra’ significa rocha, massa sólida de pedra.
"Alguns comentaristas asseveram que o Espírito Santo orientou o apóstolo, ao redigir esta passagem para empregar duas palavras, em grego, para evitar a idéia de que Pedro fosse a pedra.
"Desta sucinta explicação se conclui que Pétros não é um símbolo apropriado para um fundamento, um edifício, mas que Pétra – rocha é um símbolo muito próprio para o fundamento estável e permanente da Igreja.
"Na Ilíada, VII, 270, Ajax está atirando uma pedra (pétros) em Heitor, mas na Odisséia, IX, 243, há o relato de uma pedra (pétra) colocada na porta de uma caverna, inamovível pelo seu tamanho descomunal."

QUE SIGNIFICAM AS CHAVES (Em Mateus 16:19)?
"As chaves, que abrem e fecham a Casa de Deus, ligam os homens à Igreja, ou dela os desligam, são os princípios dos Evangelhos, as condições da Salvação, aceitas ou rejeitadas pelos homens. Pedro abriu, com a chave da Palavra de Deus, as portas do Reino dos Céus a três mil pessoas que se converteram. Atos 2:14-41. Este privilégio não foi apenas concedido a Pedro, mas a todos os discípulos. São Mateus 18:18. ...
"Quando uma pessoa completava satisfatoriamente um curso de estudos com um rabi judeu, era costume receber ela uma chave, significando que se havia tornado bem versada na doutrina e que estava agora habilitada para abrir os segredos das coisas de Deus. As palavras de Cristo se referem a este costume.
"’As chaves simbolizam a autoridade que Jesus confiou a Sua igreja para agir em Seu nome. Especificamente elas indicam as Escrituras onde Deus expõe o plano da salvação. A autoridade não é baseada numa escritura de igreja como tal, mas nas Escrituras.

Alegria de Viver Para Deus.

Hebreus 12.2
Quando se toca o diapasão a uma superfície, consegue ouvir mais claramente seu som.Quando estamos em contato com Deus, a alegria dele ressoa em todo o nosso ser.

1. Alegria
"pela alegria que lhe fora proposta".Qual é a alegria proposta? A de estar à direita do Pai. De completar a sua vontade. Esta alegria foi sua motivação. Ele fez tudo para possuí-la. Seu discípulo tem o mesmo alvo: a alegria de estar com o Pai celestial e de fazer a sua vontade. Esta alegria o motiva para viver para Deus em tudo o que faz.

2. Sofrimento
"suportou a cruz". Jesus sabia que o meio para cumprir a vontade do Pai e alcançar a alegria foi pela cruz. Nossa cruz? Morrer para nós mesmos, para viver para Deus. Suportar as dificuldades desta vida e do trabalho no reino de Deus, para cumprir a tarefa que ele nos deu.

3. Desconsideração
"desprezando a vergonha".Jesus não se importou com a humilhação e a vergonha que passaria. Tinha significado nulo para ele. "Isso não é nada!" Não entra na equação. Não tem peso na decisão. Para se tornar discípulo de Jesus, terá de passar humilhação. Quando se abandona as religiões humanas, para seguir Jesus em tudo. Quando se nega as tentativas e obras humanas, para obedecer ao Mestre. Quando se para de escutar autoridades humanas, para dar ouvidos as Escrituras, a palavra de Deus.

4. Sucesso
"assentou-se à direita do trono de Deus". Jesus completou sua missão e se sentou ao lado do Pai na alegria eterna. Conquistou a vitória por uma vida que foi até o fim. Nosso sucesso está em não largar nunca a vida com Deus e a vida para Deus, porque temos sempre em vista a alegria maior.

Pastor Napoleão Falcão

Deus está à janela!

A história do Pato

 
Havia um pequeno menino que visitava seus avós em sua fazenda e foi dado a ele um estilingue para brincar no mato.
Ele praticou na floresta, mas nunca conseguia acertar o alvo. Desanimado, ele voltava para jantar, quando viu o pato de estimação da avó e, em um impulso, acertou a cabeça do pato e matou-o.
Chocado, triste e em pânico, ele escondeu o pato morto na pilha de madeira!
Sally (sua irmã) tinha visto tudo, mas ela não disse nada. 



Após o almoço no dia seguinte, a avó disse: "Sally, vamos lavar a louça"
Mas Sally disse: " Vovó, Johnny me disse que queria ajudar na cozinha "
Em seguida, ela sussurrou ao ouvido do irmão: "Lembra-se do pato? '
Assim, Johnny lavou os pratos.



Mais tarde naquele dia, quando vovô perguntou se as crianças queriam ir pescar, a vovó disse "me desculpe, mas eu preciso de Sally para ajudar a fazer o jantar".



Sally apenas sorriu e disse, "eu vou porque Johnny me disse que queria ajudar no jantar". Novamente sussurrou no ouvido do irmão: "lembra-te do pato?"
Então Sally foi pescar e Johnny ficou para ajudar.

Após vários dias de Johnny fazendo o trabalho de Sally, ele finalmente não aguentava mais.
Ele veio com a avó e confessou que tinha matado o pato.
A avó ajoelhou, deu-lhe um abraço e disse:
"Querido, eu sei... eu estava na janela e vi a coisa toda, mas porque eu te amo, eu te perdoei. Eu só estava me perguntando quanto tempo você iria deixar Sally fazer de você um escravo." 



Pensamento do dia e todos os dias depois:
Qualquer que seja o seu passado, o que você tem feito... O diabo fica jogando-o no seu rosto (mentir, enganar, a dívida, medo, maus hábitos, ódio, raiva, amargura, etc ).... seja o que for... Você precisa saber que:

Deus estava de pé na janela e viu a coisa toda.

Ele viu toda a sua vida ... Ele quer que você saiba que Ele te ama e que você está perdoado. Ele está apenas querendo saber quanto tempo você vai deixar o diabo fazer de você um escravo.



A grande coisa acerca de Deus é que quando você pedir perdão, Ele não só perdoa, mas Ele se esquece. É pela graça e misericórdia de Deus que somos salvos. Vá em frente e faça a diferença na vida de alguém hoje.
Compartilhe esta mensagem com um amigo e lembre-se sempre:


Deus está à janela!

A morte do púlpito

A igreja evangélica brasileira vive uma tragédia: a morte do púlpito. Nunca na história do protestantismo houve tanto desprezo pela pregação cristocêntrica, preparada com esmero e preocupada com a correta interpretação das Escrituras. O púlpito tem sido substituído pelo altar dos “levitas” ou para os ”sacrifícios” em dinheiro dos mercenários mercantilistas. A “pregação” da Palavra é, hoje, conceituada como qualquer um que sobe na plataforma e começa a falar ou gritar.

Talvez você, lendo esse texto, pense: - “Na minha igreja a pregação é sempre um espaço grande e recebemos visitas de diversos pregadores”. Esse artigo quer alertar que não basta um tempo grande para a pregação e nem que a plataforma esteja cheia de homens engravatados; antes é necessária a avaliação da qualidade dessa pregação. A pregação precisa ser avaliada, assim como fazia os cristãos bereanos, que por sua nobreza, comparam as homilias de Paulo com as Sagradas Escrituras.

Quais são as causas da “morte do púlpito” no evangelicalismo moderno?

A) Espiritualidade em baixa é igual à pregação sem qualidade.

A pobreza das pregações é evidente nesses últimos dias, pois isso é consequência direta da pobreza na vida cristã, pois como dizia Arthur Skevington Wood: “Leva-se uma vida inteira para preparar um sermão, porque é necessária uma vida inteira

para preparar um homem de Deus”. Enquanto a espiritualidade da Igreja estiver em baixa, a pregação, por mais espiritual que ela pareça ser, não passará de palavras jogada ao vento. Não basta uma pregação erudita, mas a erudição deve ser acompanhada de contrição, humildade e oração, pois bem escreveu E. M. Bounds: “Dedique-se ao estudo da santidade de vida universal. Sua utilidade depende disso. Seus sermões duram não mais do que uma ou duas horas; sua vida prega a semana inteira.”

Hoje existem muitas igrejas que oram “bastante”, são campanhas atrás de campanhas, mas essas orações não passam de busca “dos próprios deleites” ou de “determinações” de bênçãos. Ora, a oração sem a busca da face de Deus é uma característica do evangelicalismo contemporâneo. Uma igreja que ora errado, logo terá pregadores pobres.

B) A falta de preparo para pregar.

Erudição, esmero e homilética não são inimigos da espiritualidade. Um mito vigente na igreja brasileira é que quem se prepara muito para pregar, terá uma pregação “não ungida”. Isso é mera desculpa de pregador preguiçoso. Você, leitor, já deve ter visto alguém dizer: - “Quando cheguei aqui não sabia o que ia pregar, mas assim que subi nesse altar o Espírito Santo me revelou outra Palavra” ou “Eu não preparo pregação, o Espírito de Deus me revela”… São frases irresponsáveis e brincam com o Espírito Santo, atribuindo a Ele sua preguiça de passar várias horas em estudo e oração para pregar a Palavra.

Hoje, pregar com esboço em papel é quase um pecado em muitas igrejas; alguns olham com “cara feia” para os que levam algo escrito em sua homilia. Será que não sabem que um dos sermões mais impactantes da história, foi literalmente lido pelo pregador. Esse sermão era “Pecadores na mão de um Deus irado”, que Jonathan Edwards pregou em 08 de Julho de 1741 na capela de Enfield. O biógrafo de Edwards, J. Wilbur Chapman , relatou: Edwards segurava o manuscrito tão perto dos olhos, que os ouvintes não podiam ver-lhe o rosto. Porém, com a continuação da leitura, o grande audi­tório ficou abalado. Um homem correu para a frente, cla­mando: Sr. Edwards, tenha compaixão! Outros se agarra­ram aos bancos, pensando que iam cair no Inferno. Vi as colunas que eles abraçaram para se firmarem, pensando que o Juízo Final havia chegado.

C) Ter uma visão pragmática sobre a pregação.

Para muitos, uma pregação só é válida se houver resultados. As pessoas não querem saber se o conteúdo da pregação é bíblica ou herético, mas preferem esperar pelos resultados propagados pelo pregador. A primeira motivação dos pragmáticos é buscar a praticidade, portanto o pragmatismo é casado com o imediatismo, onde tudo tem quer ser aqui e agora.

O conceito de pregação “ungida” é bem pragmática, pois para boa parte da comunidade evangélica, a boa pregação tem que envolver o emocional, nesse contexto nasce frases do tipo “crente que não faz barulho está com defeito de fabricação”. Se não houver choro, gritos, pulos ou outras manifestações “espirituais”, a pregação perde o seu valor para aos cristãos atuais.

Pregadores pragmáticos gostam de ver seus ouvintes interagindo exageradamente no culto. É constante dos pregadores mandarem as pessoas glorificarem e até falar em línguas. Nesses cultos a justificativa para essas ordens é que “quando a glória da Igreja sobe, a glória do céu desce”. Não há respaldo bíblico para esse tipo de pensamento que é passado como algo bíblico. A emoção e as experiências fazem parte da vida cristã, mas não devem normatizar a liturgia ou direcionar os crentes, pois os verdadeiros cristãos tem a Palavra de Deus, e somente Ela, como regra de fé e prática.

D) Pastor-professor X pregador-ator

Eis o dilema existente no evangelicalismo moderno. O pastor-mestre foi substituído pelo pregador-carismático-ator. O mestre que orientava a sua congregação nas Sagradas Letras, sendo um homem de estudos e contemplativo, era característico de piedosos servos de Deus, como Charles Spurgeon, Jonathan Edwards, D. L. Moody etc.

O púlpito tem sido morto pelo estrelismo de pastores-atores, que confundem a plataforma da igreja com um palco para entretenimento, são pessoas que pregam o que a congregação quer ouvir e fazem de seus carismas uma imposição de sua pessoa. Quem estuda a história da igreja, verá que os piedosos servos de Deus, da Reforma as Grande Despertamento do século 18, eram homens de grande interesse pela pregação expositiva, onde o texto fala por si só. A partir do século 19, os sermões são cada vez mais temáticos e os pregadores mais articulados no estrelismo.

O Movimento Pentecostal peca, e gravemente, em não valorizar os sermões bem preparados e articulados, ungidos pelo Espírito Santo, para edificação da congregação. Em uma piedade aparente, muito exaltam a ignorância como virtude, justificando os sermões artificiais, sem profundidade e recheados de chicles, modismos e até heresias.

Autor: Gutierres Siqueira

JESUS, O ÚNICO MEDIADOR


                            Hb 9.11-15

INTRODUÇÃO: As pessoas têm procurado, ao longo dos séculos, intermediários entre elas e o Criador, e muitos líderes religiosos têm surgido com o propósito de atender tais anseios espirituais. Os resultados, porém, têm sido desastrosos. A Bíblia afirma que Deus institui, durante a vigência da lei mosaica, sacerdotes que intermediassem entre ele e o seu povo. Mas mesmo durante a vigência da lei, o Senhor jurou que levantaria um sumo sacerdote que seria o único mediador, Sl 110.4. Deus cumpriu a  sua Palavra, enviando-nos Jesus, o Salvador do mundo. Ele é o único mediador entre Deus e os homens, I Tm 2.5


ESTRUTURA:

I. Por que Jesus é o único mediador?
   1. Porque é sumo sacerdote dos bens já realizados  - Hb 9.11 ; Sl 2.8
   2. Porque entrou no verdadeiro tabernáculo  - Hb 9.11 e 24
   3. Porque ofereceu o seu próprio sangue inocente - Hb 9.12 ; Hb 12.24
   4. Porque efetuou eterna redenção  - Hb 9. 12

II. Qualificações do único mediador.
   1. Ele é mediador da nova aliança  - Hb 9.15 ; Hb 12.24
   2. Ele se ofereceu a si mesmo pelo Espírito eterno  - Hb 9.14
   3. Ele é mais sublime que os céus  -  Hb 7.26
   4. Ele alcançou ministério mais excelente  -  Hb 8.6

III. Provisões o único mediador.
   1. Ele purifica das obras mortas  - Hb 9.14
   2. Ele nos limpa pela sua palavra  - Jo 15.3
   3. Ele nos prepara para servir a Deus  - Hb 9.14
   4. Ele nos oferece a promessa da herança eterna  - Hb 9.15


CONCLUSÃO: O único mediador entre Deus e os homens é o próprio Filho unigênito do Pai, que este enviou ao mundo para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Só Jesus pode salvar perfeitamente os que por meio dele se chegam ao Pai.

Jesus Desceu ao Inferno?


I Pe 3.19 - Jesus desceu ao inferno? (Parte 1) / Daniel Grubba

A Bíblia, como qualquer outro livro da antiguidade, contem algumas passagens que são de difícil interpretação. E mesmo com tanto progresso exegético e hermenêutico, ainda assim, em alguns casos específicos, a busca pelo real significado do texto é uma tarefa árdua. Todavia, a complexidade da tarefa não nos impede de tentarmos transpor estes abismos, seja ele cultural, histórico, religioso, teológico, filosófico ou lingüístico, uma vez que a teologia exegética tem desenvolvido, em contato com outros ramos do saber, algumas ferramentas fundamentais, que certamente nos ajudará a transpor os abismos.

Dos muitos textos bíblicos que tiram o sono dos teólogos, existe um que simboliza toda esta questão. O texto é I Pedro. 3.17-20. Assim está registrado:

Porque melhor é sofrerdes fazendo o bem, se a vontade de Deus assim o quer, do que fazendo o mal. Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram através da água.

Destes três versículos, há um que chama atenção de qualquer leitor atencioso. No verso 19, o autor, está afirmando categoricamente que Jesus pregou aos espíritos em prisão. Mas que raio de espíritos são esses? Quando e onde exatamente Jesus pregou a estes espíritos? Porventura, são estes espíritos, espíritos dos mortos santos? Ou pecadores? Ou são espíritos malignos? Como vemos, muitas questões vem à tona, porque o texto não é claro em respondê-las. Mas este texto suscita uma outra outra pergunta, que pode ser considerada como a “pergunta que não quer calar”. Jesus desceu ao inferno para pregar aos espíritos? Obviamente, esta pergunta ainda tem destroncamentos. Existem outros textos bíblicos que apóiam esta interpretação? Qual a razão de Jesus ter ido pregar aos espíritos no inferno?

Este é o tipo de texto em que devemos tomar muito cuidado, justamente por causa da sua falta de clareza. Uma das regras da hermenêutica bíblica, desenvolvida por Agostinho (354-430 d.C.), serve muito bem de alerta contra a tentação de apoiar uma doutrina em um versículo enigmático. A nona regra de Agostinho, conforme resumo de Ramm, preza que “se um significado de um texto é obscuro, nada na passagem pode constituir-se matéria de fé ortodoxa” [1]. Esta regra é tão bem fundamentada que nunca foi descartada e ainda esta em voga. Norman Geisler, renomado teólogo da atualidade, afirma que é um grande erro “basear um ensino numa passagem obscura”[2].

A primeira proposta que deve ser descarta como herética, é a idéia equivocada de que Jesus foi ao inferno para dar uma segunda oportunidade aos incrédulos que morreram em iniqüidade. Mas alguém crê nisso realmente? Sim. Este é o caso dos universalistas[3], mas principalmente dos mórmons, que acreditam baseado neste versículo que as pessoas têm uma segunda chance de serem salvas após a morte, afinal, um Deus realmente amoroso deve ser capaz de oferecer uma outra oportunidade as pessoas no sentido delas poderem mudar de decisão.

Primeiramente, esta idéia pressupõe que Deus não deu oportunidades as pessoas antes de elas morrerem, ou que simplesmente não houve tempo suficiente para o indivíduo tomar uma decisão, e isto se trata evidentemente, de uma especulação sem nenhum fundamento. Em segundo, a bíblia não dá suporte a esta idéia. O texto de II Pe 3.9 declara que Deus esta aguardando, mediante sua longaminidade, o arrependimento dos homens, e isto quer dizer que ninguém pode alegar falta de tempo. Um outro testemunho bíblico bastante incisivo, que refuta esta idéia de que não houve oportunidades antes da morte, foi elaborado pelo apóstolo Paulo em Rm. 1.20, que diz que a verdade de Deus esta claramente revelada através da obra de sua criação, portanto todos são indesculpáveis. E para aumentar ainda mais a responsabilidade do homem em relação às imutáveis leis de Deus, Paulo enfatiza, mas também amplia a idéia de Rm 1.20 em Rm 2.15, declarando que Deus colocou sua lei moral na consciência de todos os homens, tanto judeus, que tinham a lei escrita, quanto gentios, que não a tinham. Segue-se ainda o fato da bíblia, sem qualquer chance de interpretação dúbia, declarar “que aos homens está destinado morrer uma só vez e depois vem o juízo” (Hb 9.27, ver também Lc.16.26).

J.P. Moreland, filósofo e teólogo cristão, reforça o testemunho bíblico acrescentando um argumento filosófico bastante interessante. Ele diz que “se as pessoas vissem o trono do julgamento de Deus após a morte, isto seria tão coercitivo que não mais teriam a possibilidade da livre escolha e qualquer decisão que tomassem não seria uma livre escolha real e genuína, mas totalmente forçada, uma vez que estariam fazendo uma escolha prudente só para evitar o juízo[4]”. Ainda no aspecto ético-filosófico, Wayne Grudem nos lembra que Pedro não diz que Jesus pregou aos espíritos em geral, mas só aos que “noutro tempo foram desobedientes [...] enquanto se prepara a arca[5]”. E se Cristo ofereceu uma segunda oportunidade de salvação, porque só a esses pecadores da época de Noé e não a todos[6]?

[1] - Citado por Henry Virkler em Hermenêutica Avançada, p. 45.
[2] - Norman Geisler enumera em seu livro Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e contradições da Bíblia, os principais erros de categoria cometidos pelos críticos da Bíblia. Abordamos a número 6 que diz: basear um ensino em uma passagem obscura. Lista completa, p.18-32.
[3] - Sistema teológico e filosófico que afirma (baseado mais na intuição humano do que na doutrina bíblica), que todos os homens serão salvos. Na pior das hipóteses o inferno que existe é apenas um período passageiro, uma espécie de purgatório. Mais detalhes em Enciclopédia de apologética (Norman Geisler). p.847-852
[4] - Citado no livro de Lee Strobel, Em defesa da fé, p.256.
[5] - Isto fala de um publico bastante limitado (I Pe. 3.20) – rebeldes [...] da época de Noé. Portanto qualquer teoria que se baseie em I Ped. 3.19 deve levar em alta consideração este contexto maior, que declara de maneira muito clara que Jesus pregou aos “espíritos em prisão” que se rebelaram enquanto se preparava a arca. Perceba que o texto não indicou o que vem a ser estes “espíritos em prisão”.
[6] - Conforme argumentação de Wayne Grudem em Teologia Sistemática, p. 492.


I Pe 3.19 - Jesus desceu ao inferno? (Parte 2) / Daniel Grubba

Segunda teoria: Libertar os santos piedosos do AT

Para o teólogo escocês e judeu, Myer Pearlman, a passagem de I Pe 3.19 testifica que Jesus desceu ao inferno em algum momento entre sua morte e ressurreição. Mas Jesus desceu ao inferno para fazer o que exatamente?

Em primeiro lugar, Pearlman credita esta passagem como um cumprimento de profecias, ou seja, Jesus estava apenas cumprindo profecias do AT (Salmo 16.10 e 49.15). Em segundo, Pearlman, afirma que Jesus após sua morte, desceu ao coração da terra (Mt 12.40; Lc 23.42,43) para libertar os santos do Antigo Testamento, levando-os consigo para o paraíso celestial. Ele mesmo explica dizendo que “essa descrição parece indicar que houve uma mudança nesse mundo dos espíritos e que o lugar ocupado pelos justos que aguardam a ressurreição foi traslado para as regiões celestiais[1]”.

A implicação obvia de acordo com esta proposta de Pearlman é que “desde este acontecimento os espíritos dos justos sobem para o céu [2]”. Bom, se os espíritos dos santos do AT subiram para o céu a partir deste momento especial, a conclusão lógica, é que antes de Cristo, os fieis iam para o inferno e que estavam presos por lá até Cristo chegar. Mas onde exatamente, encontramos na bíblia idéia de que os santos do AT foram para o inferno após a morte [3]? Vejamos algumas considerações:

Em primeiro lugar, devemos lembrar que o contexto maior de Pedro, não especifica crentes no Antigo Testamento em geral, mas só os que foram desobedientes “nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca (I Pe 3.20). Em segundo lugar, o texto não diz que Cristo pregou aos que eram crentes ou fieis a Deus, mas os que “noutro tempo foram desobedientes” – a ênfase está na desobediência deles [4]. Em terceiro, o “seio de Abraão” (Lc. 16.23), provavelmente não é uma descrição do inferno e sim do céu, uma vez que o lugar para onde Abraão foi é chamado por Jesus de reino dos céus (Mt. 8.11). Em quarto, a Bíblia registra em muitas passagens que a alma dos santos do AT após morrerem vão diretamente para o céu [5], porque seus pecados foram perdoados pela confiança no Messias que viria (Gn 5.24; 2Sm 12.23; Sl 16.11; 17.15; 23.6; Ec. 12.7; Mt 22.32-32; Lc 16.22; Rm 4.1-8; Hb 11.5).

Ainda que esta posição seja melhor que a primeira (segunda chance para os penitentes), e a também a mais popular [6], estas considerações enumeradas acima, mostram muitos pontos fracos, o que nos leva desconsiderá-la como uma interpretação válida.

[1] - Myer Pearlman, Conhecendo as doutrina da Bíblia, p. 375.
[2] - Idem, p. 375.
[3] - De acordo com os partidários desta posição havia dois compartimentos no inferno, uma para os salvos e outro para os perdidos. Esta proposta esta baseada principalmente em Lc. 16.19-31 que fala sobre o local dos mortos (em hb. Sheol e gg. Hades, ambos vocábulos significam sepultura). A parábola do Rico e Lazaro fala que os dois morreram. O primeiro foi para o Inferno e o segundo para o Seio de Abraão. Myer Pearlman conclui a partir daí que havia duas divisões no Sheol, um lugar de sofrimento e outro lugar de descanso. Até mesmo a morada dos santos mortos, não era o céu propriamente dito, mas estava situado nas regiões inferiores.
[4] - Wayne Grudem, Teologia Sistemática, p. 493.
[5] - De uma maneira curiosa Myer Pearlman confirma esta idéia, o que obviamente contradiz o que ele quer comprovar. Myer afirma que “havia pessoas verdadeiramente justificadas antes da obra expiatória de Cristo” - (Abraão – Rm.4.23; Moises – Lc.9.30-31; Enoque e Elias ambos arrebatados para o céu). – Myer Pearlman, Conhecendo as doutrinas da Bíblia, p. 197.
[6] - O pastor e apologista da doutrina pentecostal, Marco Feliciano, considerado como “o pregador do povo”, popularizou esta posição em sua pregação intitulada “A agonia da cruz”, pregado na Igreja Assembléia de Deus (dez/2004). De uma maneira bastante eloqüente e poética, o pregador leva o público a meditar no momento em que Cristo desceu ao inferno e quebrou as cadeias dos santos do AT que estavam aprisionados.


I Pe 3.19 - Jesus desceu ao inferno? (Parte 3) / Daniel Grubba

Terceira teoria: Proclamar vitória aos poderes das trevas

Uma terceira posição, é a de que Jesus, entre sua morte e ressurreição foi a inferno. Porém, a diferença é que esta suposta viagem metafísica não foi planejada com a intenção de oferecer segunda chance aos penitentes, tampouco libertar santos do AT, mas apenas para proclamar uma mensagem de vitória aos poderes do maligno. Esta teoria é tão popular quanto a anterior (libertar santos do AT).

Para Norman Geisler e Ron Rhodes, os espíritos em prisão “eram seres não salvos, devem ter sido anjos ao invés de seres humanos [1]”. Robert H. Gundry (Ph.D. em Estudos do Novo Testamento pela Manchester University) diz que “a pregação de Cristo aos espíritos em prisão mui provavelmente significa que Cristo desceu seu espírito ao hades, a fim de proclamar Seu triunfo sobre os espíritos demoníacos que ali haviam sido acorrentados por Deus [2]”. Roger Stronstad, editor do Comentário Bíblico Pentecostal, afirma que Jesus em virtude de sua morte, foi até os anjos aprisionados e anunciou sua vitória sobre a morte e as conseqüências de seu triunfo, isto é de que julgamento já estava selado [3].

Esta posição está fundamentalmente baseada em uma análise léxico-sintática de I Pe 3.19. Como já vimos este versículo diz que Cristo “foi e pregou aos espíritos em prisão” (NVI). E o que chama a atenção dos estudiosos desta sentença é o verbo pregar. A análise revela que Pedro usa propositalmente a expressão original grega kerussõ (khru,sow) que significa: “ser arauto”, ou em geral, “proclamar” [4]. Este termo é diferente de outra expressão grega euangelizõ (euvaggeli,zw), que significa pregar ou evangelizar (no sentido de dar oportunidade de escolha), que quase sempre é usado acerca das “boas novas” relativas ao Filho de Deus, conforme são proclamadas no Evangelho [5].

Neste contexto a melhor tradução bíblica em português de I Pe 3.19 é a KJA [6] que diz: “no qual igualmente foi e proclamou aos espíritos em prisão”.

Tomar as chaves da morte, inferno e Satanás.

É muito comum ouvirmos em pregações, principalmente quando o tema é batalha espiritual, uma expressão que diz: “Satanás é tão pobre que nem a chave de sua casa (inferno) ele tem mais”. Esta expressão popular [7] está intimamente associada com a idéia da ida de Cristo ao inferno. Muitos entendem que Jesus em sua rápida passagem pelo inferno proclamou a vitória da redenção, e de quebra tomou das mãos de Satanás as chaves do inferno e da morte.

Devemos mais uma vez rejeitar esta posição alegórica, pois o texto de I Pe 3.19 não diz isto claramente. E os versículos que tratam das chaves da morte e do inferno, nenhum, absolutamente, associa estas chaves como pertencentes a Satanás. “Somente o Senhor possui as chaves da morte e do inferno. Ninguém mais!” [8] Esta soberania está explicita em textos como Mt. 16.19, que diz que a chaves do reino dos céus foi entregue por Jesus aos apóstolos. E também em Ap. 1.18, texto em que o próprio Jesus declara que as chaves da morte e do hades (NVI) pertencem a ele. Em nenhum momento Jesus diz foi ao inferno (ou até mesmo a bíblia), e precisou roubar as chaves das mãos de Satanás, uma vez que este ser angelical nunca as teve em suas mãos [9].

Proclamar vitória aos anjos caídos

Segundo os expoentes desta teoria, a pregação aos espíritos, não é às “boas novas” propriamente dita, mas o ato de Jesus proclamar Sua vitória aos espíritos dos anjos caídos [10]. Com isso, eles querem dizer, que os “espíritos em prisão que há muito desobedeceram [...] enquanto a arca era construída” (NVI) são os filhos de Deus de Gn.6.2. Declara-se que os “filhos de Deus” eram anjos caídos, assim como em Jó 1.6 e 2.1 que (segundo se declara) abandonaram seu estado propriamente dito (espiritual) e se casaram com mulheres nos tempos de Noé [11] (Gn 6.1-4). Portanto, sugerem que Cristo foi proclamar vitória a estes anjos caídos da época de Noé [12].

Sobre isto devemos dizer esta idéia está mais baseada em mitos da literatura apócrifa apocalíptica judaica [13] do que na Bíblia, pois em Mt 22.30, Jesus diz que anjos não se casam. Um outro ponto fraco desta interpretação é que o contexto maior de I Pe 3 destaca pessoas hostis (I Pe 3.14,16) e não demônios, ou anjos caídos. E mesmo que o texto indicasse que eram demônios, exatamente de onde os leitores de Pedro encontrariam a idéia de que os anjos pecaram “enquanto se preparava a arca (I Pe 3.20)? Não há nada disso na história a respeito da construção da arca em Gênesis [14].

De fato, como acabamos de ver, estas interpretações propostas são bem interessantes, mas algumas contradições irreparáveis as prejudicam. Wayne Grudem após analisar esta tese (proclamar vitória aos poderes das trevas) conclui:

Os leitores de Pedro teriam de se submeter a um processo de raciocínio incrivelmente complicado para chegar a essa conclusão, já que Pedro não ensina isso de modo explicito. [15]

[1] - Norman Geisler e Ron Rhodes, Resposta às seitas, p. 411.
[2] - Robert H. Gundry, Panorama do Novo Testamento, p. 394.
[3] - Roger Stronstad comentando I Pe 3.19 no Comentário Bíblico Pentecostal, p. 1718.
[4] - De acordo com o Dicionário VINE, p. 891. Ele diz que o verbo ekeryxen significa; proclamar uma mensagem, da parte de um rei ou potentado. (Ver também; Gleason Archer, em Enciclopédia de temas bíblicos, p. 356).
[5] - Dicionário VINE, p.891.
[6] - A nota textual de rodapé da KJA (King James Atualizada) explica que este tipo de pregação foi uma proclamação vitoriosa realizada por Jesus sobre o inimigo e toda a malignidade do universo (2 Pe 2.4-5; Cl 2.15).
[7] - O grupo musical de louvor, Diante do trono ajudou a popularizar esta posição através da música “A vitória da Cruz”, composta por Ana Paula Valadão Bessa e gravada ao vivo no Parque da Gameleira (BH) em Jul/2000. A estrofe mais significativa para nosso trabalho diz: “O Leão de Judá pisou bem forte e os esmagou, Tomou as chaves das mãos do diabo, Abriu minas cadeias e me resgatou”. De fato é uma linda poesia inspirada, resta-nos saber se é biblicamente correta.
[8] - Franklin Ferreira & Alan Myatt, Teologia Sistemática, uma analise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual, p. 620. Citação tirada pelos autores do livro de Heber Carlos de Campos, “Descenti ad Inferna”, p.126-127.
[9] - É importante observar que o conceito de chaves em Ap. 1.18 está associado ao controle absoluto de Deus sobre a vida e sobre a morte. Outros textos corroboram com intensidade este conceito (Dt. 32.39; I Sm 2.6; Jo 5.21).
[10] - Dicionário VINE, p. 892.
[11] - Outras explicações menos lendárias devem ser analisadas e preferidas. Em outros contextos “filhos de Deus” muitas vezes se referem a seres humanos, embora em contextos diferentes (Dt. 14.1; 32.5; Sl 73.15; Is 43.6; Lc 3.38; IJo 3.1). Uma possibilidade válida é que “filhos de Deus” se refere a homens piedosos, descendentes de Sete e “filhas dos homens” se refere a mulheres pecaminosas da linhagem ímpia de Caim. Mais detalhes em Nota Textual de Gn 6.2, da Bíblia de Estudo NVI, p. 15.
[12] - É assim que interpreta o texto David H. Stern. Ele diz: Os espíritos aprisionados são os anjos que pecaram (2 ped 2:4) e não mantiveram sua autoridade originaria (judas 6). Isto é, eles são “filhos de Deus ou filhos dos anjos), também chamados nefilim (caídos), que caíram de sua própria esfera, o céu para a terra, e “vendo (...) que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres” nos dias de Noach (Gênesis 6:2-4). Mais detalhes em Comentário Judaico do Novo Testamento, p. 820-821.
[13] - O livro apócrifo de I Enoque ( datado de 165 a.C. a 90 d.C.) defende a idéia mostra como os anos caídos coabitaram com as filhas dos homens que geraram uma raça monstruosa de gigantes (I Enoque 7.1;15.1;86.1). Segundos o relato (15.1), esses gigantes forma destruídos pelo Dilúvio, mas seus epíritos foram deixados soltos como demônios para corromper todo gênero humano. (David, S. Russel, Entre o AT e o NT, p.103.).
[14] - Wayne Grudem, Teologia Sistemática, p. 493.
[15] - Idem, p. 493.


Jesus realmente desceu ao inferno?

Colocamos em pauta as três principais soluções apresentadas pelos estudiosos para o problemático texto de I Pe 3.19. São propostas diferentes, porem ambas as argumentações concordam que Jesus desceu ao inferno depois de morrer. Abordamos cada uma delas e verificamos as incoerências. Mas há um problema que todas têm que enfrentar. É que a origem da frase “desceu ao inferno” não aparece em nenhum lugar da Bíblia. Mas de onde exatamente surgiu esta idéia?

O Credo Apostólico

A primeira ocorrência da expressão “desceu ao inferno” está no Credo Apostólico, que tem a expressão latina “descendit ad inferna” (desceu aos infernos/hades) e a outra se encontra no Credo de Atanásio, com a expressão latina “descendit ad inferos” (desceu às regiões inferiores). O texto final do Credo Apostólico faz uma bela declaração de fé:

Creio em Deus, o Pai onipotente, Criador do Céu e da Terra. E em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nascei da Virgem Maria, padeceu sob Poncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, no terceiro dia ressussitou dos mortos, subiu aos céus, este sentado a destra de Deus, o Pai onipotente, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém.

Sobre o desenvolvimento histórico do Credo Apostólico, Wayne Grudem diz que “foi surpreendente descobrir que a frase desceu ao inferno não se encontrava em nenhuma das versões primitivas do credo até que ela apareceu um uma versão de Rufino em 390 d.C., o único a incluí-la antes de 650 d.C”. Já que não é uma doutrina bíblica, Heber Campos afirma que devemos rejeitar as várias idéias relacionadas como a “decida literal de Jesus ao hades”.

Interpretação mais equilibrada

Ao rejeitarmos as idéias apresentadas anteriormente, somos forçados automaticamente a sugerir alguma outra interpretação mais coerente, porém com os mesmos critérios de avaliação. Vamos propor, na verdade, duas interpretações diferentes, mas que não são contraditórias entre si, pois entendemos que ambas podem ser usadas como propostas válidas e mais confiáveis biblicamente falando.

Interpretação reformada

O entendimento dos teólogos reformados com respeito a eventual descida de Jesus ao hades é bem diferente da de muitos cristãos, principalmente dos estudiosos citados neste trabalho. Esta interpretação está na verdade baseada na proposta do reformador de Genebra, João Calvino (1509-1564). Ele sustentou que “a descida ao hades foi a experiência das dores do inferno na alma de Jesus, enquanto seu corpo estava ainda pendurado na cruz, especialmente a experiência da ira divina contra o pecado, que ele suportou no lugar dos seres humanos”. Para Calvino, a alma de Cristo tinha de sentir todos os efeitos do juízo pois se alma dele não tivesse sido afetada pelo castigo, seria somente salvação de corpos. Erwin Lutzer corrobora com esta idéia, principalmente quando se analisa com profundidade o significado do brado de Cristo, enquanto pendurado na cruz em meio às trevas (Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? (Mt 27.46). Ele diz:

Jesus certamente suportou o sofrimento do inferno, pois o inferno é escuridão, é desamparo, é ser abandonado por Deus, e se foi assim, o horror do que ele experimentou está além de nossa compreensão.

Heber Carlos de Campos, escritor reformado, conclui dizendo que “Jesus nunca desceu ao hades de literal e espacialmente, mas experimentou intensivamente todas as coisas que o hades representa”.

Interpretação analógica

A explicação da interpretação tipológica não chega a contradizer a interpretação reformada, mas dá ao texto I Pe 3.19-20 um enfoque diferente, todavia ambos concordam que Cristo não desceu ao inferno literalmente. Segundo Wayne Grudem, esta explicação é a mais satisfatória de I Pe 3.19-20 e remonta Agostinho que já dizia: a passagem não se refere a algo que Cristo fez entre sua morte e ressurreição, mas ao que “fez no âmbito espiritual da existência” (ou pelo Espírito) nos dias de Noé. Isto quer dizer que quando Noé estava construindo a arca, Cristo, “em espírito” estava pregando por meio de Noé aos incrédulos hostis em torno dele.

Esta concepção, não é tão popular, mas é digna de alta consideração. Não é tão mitologia quanto as anteriores (exceto a interpretação reformada), não se baseia em doutrinas humanas (Credo Apostólico) e tem apoio bíblico considerável. Por exemplo, em I Pe 1.11, ele diz que o “Espírito de Cristo” falava por intermédio dos profetas do Antigo Testamento. Em 2 Pe 2.5, ele chama Noé de “pregador da justiça”, empregando o substantivo keryx que vem da mesma raiz do verbo pregar de I Pe 3.19. Tudo isso nos leva a concluir que Cristo “pregou aos espíritos em prisão” por intermédio de Noé nos dias anteriores ao dilúvio. Esta idéia levanta um problema, pois eruditos em grego, afirmam que a Bíblia nunca usa “espírito” em referencia aos humanos. Como responder a isto?

As pessoas a quem Cristo pregou por meio de Noé eram incrédulos sobre a terra na época de Noé, mas Pedro os chama “espírito em prisão” porque estão agora na prisão no inferno (A NASB diz que Cristo pregou “aos espíritos agora em prisão) [...] Assim, Cristo pregou aos espíritos em prisão significa: cristo pregou as pessoas que são agora espírito em prisão, quando ainda eram pessoas sobre a terra.

Um outro conjunto de versículos em Pedro apóia está interpretação, de acordo com o contexto maior de I Pe 1.13-22. Neste contexto geral, Pedro parece fazer uma analogia interessante entre a situação de Noé e a situação de seus leitores. O confronto entre estas épocas distintas revela que ambos faziam parte de minoria justa, rodeados por incrédulos hostis, aguardavam o iminente juízo de Deus (I Pe 4.5-7; II Pe 3.10), deviam pregar com ousadia (I Pe 3.14, 16-17; 3.15; 4.11) e eram salvos ou seriam salvos (I Pe 3.13-14; 4.13; 5.10).

Conclusão

A pergunta que não quer calar agora pode ser respondida. Jesus desceu ao inferno? A resposta é não. Verificamos que há muitos problemas em adotar esta concepção e o testemunho do restante da bíblia não o apóia definitivamente. Como afirma Wayne Grudem, é no mínimo confusa e, na maior parte dos casos, enganosa para os cristãos de hoje.


Autor: Daniel Grubba

Blog:

Busca

Curiosidades.

O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.

Você Crê em Jesus? clique aqui