Com quem você se identifica na história da Paixão de Cristo?
Claro que, como bons Cristãos, nós dizemos que é com Jesus. Ele é o bom rapaz, nosso protagonista. Quando revivemos a história, nós torcemos por ele, e contra os seus inimigos. E é uma longa lista de inimigos: Judas, que o traiu; Pedro, que o negou; os principais sacerdotes, que o odiavam; Herodes, que escarneceu dele; a multidão, que gritava pela crucificação; Pilatos, que lavou suas mãos e o condenou; e Barrabás, que era culpado mas conseguiu ser liberto.
Espere um minuto.
Barrabás – o culpado que conseguiu ser liberto?
No 23º capítulo, Lucas leva-nos, pecadores, em seu cuidadosa narrativa, a identificarmo-nos, de uma maneira importante, com Barrabás. Assim como a condenação de Jesus conduz à libertação de uma multidão de prisioneiros espirituais de toda a tribo, língua, povo e nação, a sua sentença de morte conduz à liberdade física do prisioneiro Barrabás.
No versículo 15, Lucas cita Pilatos para demonstrar a evidente inocência de Jesus: “É, pois, claro que nada contra ele se verificou digno de morte.”. Então ele confirma a culpa de Barrabás no versículo 19: “Barrabás estava no cárcere por causa de uma sedição na cidade e também por homicídio”.
No versículo 22, após a multidão ter pedido pela crucificação de Jesus pela terceira vez, Lucas novamente enfatiza a inocência de Jesus nas palavras de Pilatos: “Que mal fez este? De fato, nada achei contra ele para condená-lo à morte”. Mas, sem ser persuadida, a multidão continua a exigir a morte de Jesus e, espantosamente, a libertação do manifestamente culpado Barrabás em seu lugar.
Então Pilatos “soltou aquele que estava encarcerado por causa da sedição e do homicídio, a quem eles pediam; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles.” (versículo 25). Aqui está a primeira substituição operada pela cruz. O inocente Jesus é condenado como um criminoso, enquanto o criminoso Barrabás é libertado como se fosse inocente.
E ainda hoje, por causa da voluntária substituição do inocente Jesus, muitos Barrabás como nós são libertos.
David Mathis
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